segunda-feira, junho 16, 2008

O valor da vida humana IV


A notícia que tem feito as manchetes nas últimas 48 horas tem-me levado a pensar no elevado grau de desespero que leva uma pessoa a cometer uma loucura para manter uma verdade fabricada (ou seja, uma mentira). Aquela miúda que simulou uma gravidez para tentar dar ao companheiro a alegria da paternidade e, como prova convincente e inabalável, apresentando um bebé como fruto da relação, tem uma capacidade única para a maldade, não se importando de lançar duas famílias no caos completo apenas para evitar o seu. E o bebé, no meio disto tudo? Com pouco tempo de vida nem deu por nada e daqui a uns anos, quando vir as notícias disto recordadas, até se deverá arrepiar todo. O desespero é a arma perfeita de quem julga que já tentou todos os meios e não consegue chegar a lado nenhum. Eu sou da opinião que nenhuma situação deve originar um cenário destes e que, mesmo sem solução, deve-se pedir ajuda, mesmo que seja só psicológica. Ter alguém a quem contar o que se passa, ajuda a aliviar a pressão existente e pode ajudar a clarificar a mente em, ou procurando uma solução ou minorando a situação actual. Aquela miúda vai ser exemplarmente castigada e perceberá que nenhum caminho que leve pela maldade é a resposta aos nossos problemas.
Falando em desespero, vem-me à mente aquele rapaz no Japão que começou a matar pessoas indiscriminadamente apenas por que "estava farto". A vida consegue ser tão injusta... Há uma lei na Natureza que diz "Para eu viver tens tu de morrer". Eu acho que para os seres humanos pode-se arranjar algo parecido e mais adequado: "Para eu ser feliz tens tu de ser infeliz". Como é possível que a existência humana conduza a um tão baixo nível de atitude que leve ao crime mais horrendo que é o tirar a vida a um ser humano? E por outro lado, como é que algumas pessoas são capazes de criar esteriótipos nos outros criando uma sensação de segregacionismo? Por que motivo alguns grupos na sociedade olham para outros grupos (e aqui tudo se aplica, sem excepção) e dizem: "Ok, tu serves e ficas aqui, tu não serves e vais para ali"? Não compreendo qual a lógica desta política... Não me ensinaram a desprezar e discriminar os outros. Apenas a tentar distinguir o certo do errado. Mas há diferenças grandes nas atitudes das pessoas que vão para além desta mera separação. O facto de se produzir uma barreira invisível, completamente impenetrável por quem não tem culpa e tenta lutar, leva a que algumas pessoas, em caso de desespero total, a tentarem fazer a única coisa que sobra e que, infelizmente, é o mau caminho. Gostava de os conseguir compreender... E compreender também a atitude de quem faz "escolhas", tem "opções selectivas", tem atitudes hipócritas... Mas isso, sem ter motivos, torna-se mais complicado.