segunda-feira, agosto 03, 2009

Fazer o mais correcto


Este fim-de-semana que passou tive a oportunidade de concluir a leitura do livro que entreteve os meus serões de toda a semana passada: "A Criança nº 44" (título original: "Child 44") de Tom Rob Smith. Trata-se de um thriller passado em 1953 na antiga URSS, precisamente no ano e nos meses que antecederam e se seguiram à morte de Josef Stalin, em que a personagem principal é um agente da MGB (o nome anterior da KGB) que decide investigar um serial-killer contra tudo e contra todos dado que, naquela altura, a URSS gabava-se de não existir qualquer taxa de crime no país que era o exemplo da "igualdade" entre os cidadãos o que, por si só, não justificava a ocorrência de crimes pois tal não era possível! A forma como este agente, de seu nome Leo, decide pôr de lado as suas cegas convicções políticas no Estado que serve e investiga e persegue o assassino, pondo em causa tudo (família, carreira, amigos e a própria vida) mostra como é importante que uma pessoa seja capaz de pensar por si própria, usando da inteligência que nos separa dos restantes animais da Natureza de forma independente para corrigir o mal e atingir o bem comum.
Achei este livro muito bom e recomendo vivamente a quem partilhe do gosto por este tipo de literatura.



Aproveitando a onda, tive a oportunidade de ver o filme que ganhou o Óscar para Melhor Filme Estrangeiro de 2007: "As Vidas dos Outros", (título original: "Das Leben der Anderen"). Confesso que tenho vindo a gostar do cinema alemão dos últimos anos, muito à custa de filmes como "A Queda" ("Der Untergang") ou o "Adeus Lenine!". Esta história que se centra à volta de um agente da Stasi que decide desobedecer às ordens que lhe são passadas para espiar um artista pois entende que essa missão não é a de proteger o Estado mas sim de benefício pessoal de um membro do governo. Mais uma vez, o agente era um seguidor incondicional das políticas da antiga RDA até que caíu em si e decidiu que tinha chegado a hora de fazer o mais correcto em vez de seguir ordens cegamente.

Por vezes, mais vale seguir o coração e a inteligência do que nos limitarmos a obedecer cegamente. É o que nos torna humanos.


"É no coração do homem que reside o princípio e o fim de todas as coisas"

Leon Tolstoi
Citação Pessoal




Pelo que escrevi no meu último post, houve quem pensasse que estaria a, implicitamente, referir-me a um suicídio ou algo parecido. Nada mais errado! Foi apenas um momento de desabafo derivado dum grande sentimento de impotência. Jamais faria algo tão desprovido de sentido e lógica. Pode haver quem não goste da minha vida mas eu gosto. E muito.