sexta-feira, setembro 10, 2004

Por vezes é preciso acção

No meu último post falei sobre o facto de nada justificar o recurso à vingança e, consequentemente, à violência para resolver problemas, sejam quais forem os motivos. No entanto, tal como foi muito correctamente dito pelo Saraiva, há alturas em que se justifica uma resposta, uma acção. O Pedro Lemos a.k.a. h0bbes disse-me recentemente, não por este assunto mas por outro igualmente sério que não tem ligação com este, por vezes não basta ficar à espera que a maçã caia da árvore; uma pessoa é que tem de tomar a iniciativa de ir lá buscá-la. O ficar inerte, na esperança que aconteça alguma coisa, com uma atitude semelhante a de um boi a olhar para um palácio, faz crescer a revolta, a indignação e, consequentemente, o ódio e a raiva cá por dentro e o acumular destes sentimentos leva à obsessão e à loucura. Obviamente, se se quer resolver um problema, derrotar as causas dele, não se pode cair neste tipo de erros a atitudes infantis. A forma como enfrentamos e superamos os obstáculos que nos aparecem na vida é que nos definem como pessoas e seres humanos racionais. Por isso, é importante saber-se agir no momento certo, pensando sempre com a cabeça e nunca com o coração pois uma pessoa que pensa com o coração não está a ver a verdade, não está a ver as coisas como elas realmente são, vê apenas os defeitos e os erros dos outros e nunca os seus e, como tal, age de forma errada. O coração é para ser chamado apenas quando estamos com a pessoa que amamos e nunca em outra situação. Deve-se actuar, por princípio, na defensiva pois a defesa é o melhor ataque a não ser que tenhamos 100% de certeza de vencer à primeira. Se a percentagem de sucesso for elevada, mesmo que esteja nos 99% é preciso ter cuidado pois os 1% podem ser o suficiente para perder; numa fortaleza, qualquer brecha não pode ser considerada grande ou pequena, é considerada uma falha e tem de ser resolvida. E, se se considerar a questão como se de um jogo se trate, tão ou mais importante que conhecer as regras do jogo é conhecer o(s) adversário(s) para se saber o que pode vir do outro lado. Conhecer os pontos fracos, os defeitos é meio caminho andado para o sucesso pretendido. Se for preciso, fazemos aquilo que para o adversário seriam erros grosseiros nossos só para o obrigar a errar e dar-lhe a impressão de que nós é que nos estamos a enterrar quando o estamos a estender uma armadilha letal. Um aspecto importante: nunca se deve subestimar o adversário. O não o(a) respeitar é o primeiro passo para a nossa própria derrota. E mesmo que não sejamos respeitados, azar para o(a) outro(a). O nosso respeito existirá pois não iremos descer ao seu nível. E manter a calma e o sangue frio sempre. Os justos, mais tarde ou mais cedo, acabam por vencer...
E para todos aqueles que gostam de ter atitudes desagradáveis ou para ficarem bem vistos ou para se protegerem das próprias asneiras, só tenho uma coisa a dizer: they servo-si of abyssus ut sit hic super vobis totus!