Ir à luta

Há uns tempos, assisti a uma conversa entre um rapaz e uma rapariga em que o rapaz falava assim "Eu disse o que pretendia, abri o meu jogo ao colocar as cartas na mesa e agora a bola está do teu lado, a decisão é tua". A rapariga respondeu: "A bola não está do meu lado porque respondi ao que disseste. A bola está no meio campo à espera que um de nós avance e dê o próximo toque".

Ao ouvir estas palavras, fiquei com a impressão que o rapaz ainda não se teria apercebido que, se ele quer algo mais dela, ele não pode ficar apenas à espera que ela lhe responda pois, segundo ela própria, ela já o terá feito e está agora na expectativa para ver qual dos dois dá o passo seguinte.

Isto ilustra bem o quão complicado se pode tornar um relacionamento aparentemente simples entre duas pessoas. Com certeza que o rapaz terá pensado, quando se declarou a ela, que bastava ela dizer "Sim" ou "Não" e ter-se-ia mantido em espera dessa mesma decisão. O que ele não se apercebeu é que, na vida, nada do que é verdadeiramente genuíno e bom - como o Amor - é-nos entregue de mão-beijada mas exige sim esforço, empenho e muita luta. O que a rapariga pretendeu dizer é que ele tem de se chegar à frente e mostrar de modo convicto o quanto a quer, a deseja e o quão genuíno é esse interesse. Se ele não o fizer e se ela não se mostrar receptiva, não será ela a tomar a iniciativa. Ir lá luta é uma demonstração de orgulho e preserverança pessoal, de carácter e força de vontade. Numa situação como o amor por outra pessoa, é indispensável pois ao se lutar para conquistar demonstra-se que também se é capaz de lutar para manter. E qualquer mulher gosta e sente-se orgulhosa por um homem que luta por ela.