quarta-feira, janeiro 19, 2011

Medo de Perder


Há uns anos escrevi um post com este mesmo título. Na altura, as minhas motivações para a dissertação que escrevi (reli há pouco esse post e tremi com a constatação de que a verdade por mim descrita há 5 anos atrás estar tão viva e válida como hoje) prendiam-se com as acções que tomamos baseadas no medo de perder algo ou alguém. No meu último post refiro-me ao oposto: ao não tomarmos acções por medo de perdermos alguém.
Olhando assim de repente, parece aquela história de ser-se preso por ter cão e ser-se preso por não ter... Mas, olhando bem, as coisas não são assim tão complicadas. O medo de perder apenas é real se acreditarmos que é real. E isso não tem qualquer relação com uma acção ou a ausência dela. O ter medo de perder apenas existe no nosso consciente porque vivemos na presunção de que somos donos, de que estamos na posse de algo ou alguém. Nada mais errado; não somos donos de nada, nem sequer do nosso corpo! Se formos capazes de dar o passo fundamental que é o de aceitar que não somos donos de nada do que nos rodeia (pessoas, objectos, títulos,...), ou seja, sentirmos um desapego genuíno por tudo, então o medo de perder deixa de fazer qualquer sentido. Teríamos medo de perder... o que não possuímos? Não faz qualquer sentido, não é verdade?
Por estranho que possa parecer, aceitar esta verdade é como tirar um fardo de cima de nós. Liberta-nos, permite o Amor fluir naturalmente. Sem o medo de perder deixaremos de ficar presos a preconceitos e ideias pré-concebidas e seremos capazes de agir naturalmente. E, quando assim for, não corremos o risco de perder nada; bem pelo contrário, corremos o risco de ganhar tudo.