Soluções alternativas
Ontem terminei de ler um livro muito interessante que encontrei em Novembro quando passei por uma livraria da Amadora na altura em que já andava a escolher (e comprar) as dádivas que ofereci neste Natal. Este livrinho escrito por Franz Metcalf é intitulado "Pergunte a Buda" e apresenta, de uma forma muito simples e divertida, mas também, didáctica e frontal, um conjunto de atitudes e reacções que podemos aplicar em situações chatas do dia-a-dia. E, convenhamos, estamos sempre esbarrar com situações dessas a toda a hora! Filas enormes para comprar qualquer coisa no supermercado, lidar com familiares "com pancada", o cão do vizinho que nunca se cala de noite,... A lista poderia continuar até ao final do ano!
"Pergunte a Buda" apresenta 72 situações em que os ensinamentos de Buda são aplicáveis de modo a sermos capazes de lidar com a questão do momento, não como budistas (aliás, a essência do budismo não está em aplicar os ensinamentos como seguidor desta religião) mas sim como um Ser Livre e Consciente.
Partilho 3 situações e as respectivas atitudes sugeridas que retive da minha leitura. E como nada é por acaso, há motivos para isso. Um dia, saberei quais.
- Ansiedade - Imaginemos que vamos fazer algo que nos deixa muito ansiosos. Uma apresentação em público, terminar uma tarefa antes de uma data limite, convidar alguém para sair (ai, o que eu teria para contar neste capítulo...), todos temos algo que nos deixa ansiosos, mesmo que nos esforcemos para o evitar. A estratégia sugerida para enfrentar este desafio é simples. Em primeiro lugar, imaginemos o pior cenário possível. E sintamos como se esse cenário se tivesse concretizado. Mas sintamos mesmo. Por fim, façamos o mesmo mas para o melhor cenário possível. No final, teremos experimentado as duas sensações opostas e mais fortes que podem acontecer. Como, na realidade, nenhuma delas irá acontecer, porque nunca nada corre tão mal nem tão bem como desejaríamos, estaremos prontos para enfrentar o desafio que se nos depara e podemos dizer adeus à ansiedade.
- Problema Persistente - Todos nós já tivemos (ou ainda temos) um problema que nos atormenta o espírito e perturba tudo o resto que temos para fazer. E este problema, de tal importância tem, que ficamos constantemente a focarmo-nos nele a toda a hora. Naturalmente, quanto mais nos debruçarmos nele, menos hipóteses teremos de ver a Luz que iluminará o Caminho rumo à solução. E que tal, se em vez de estarmos a dar cabeçadas em algo que, para já, nos leva a lado nenhum, porque não direccionamos as nossas energias a ajudar outra pessoa a resolver um problema dela? A sério, como toda a certeza que alguém próximo de nós (familiar, amigo, colega de trabalho, vizinho,...) tem um problema qualquer e de certeza que a nossa atenção irá ajudar essa pessoa no momento de necessidade. Ao ajudarmos, libertamos a tensão que há dentro de nós, ajudamos outro a libertar-se das suas amarras, sentir-nos-emos muito melhor (dar e receber...) e com outra clarividência para encarar o nosso problema. E, se calhar, com a ajuda de quem acabámos de auxiliar...
- Dilema Moral - Não necessariamente relacionado com atitudes más (roubar, mentir e por aí fora), não é a primeira vez que sentimos aquele dilema se algo que pretendemos fazer é correcto ou não. A atitude a ter é muito simples: basta reflectirmos se o que pretendemos fazer é algo que admitiríamos a um filho. Mesmo que não sejamos pais, imaginem uma criança que nos encara como um exemplo, um modelo a seguir e, como tal, faz a sua aprendizagem a partir das nossas acções, das nossas escolhas. Ela é vulnerável e facilmente impressionável e moralmente maleável. Eram capazes de fazer alguma coisa que a moldasse negativamente para o resto da sua vida?
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