O Barquinho
Desde Agosto, quando senti o "Clique" dentro de mim, que tudo mudou na forma de encarar a mim a todos os que me rodeiam, incluindo este maravilhoso universo onde todos pertencemos chamado Vida, ganhei a consciência de como a existência de cada um de nós pode ser comparada como um barco que circula num rio. Nesse rio que é a Vida, todos viajamos no nosso barquinho e estamos dentro dele enquanto o nosso coração bater e o ar encher os nossos pulmões. Como qualquer rio, também este possui uma corrente própria que arrasta os barquinhos ao longo do seu percurso. No entanto, como qualquer remador que se preze, nós também temos a capacidade de direccionar e mudar a velocidade do barquinho, usando para isso o par de remos e o leme que vêm "incluídos".
Eu vejo o nosso dia-a-dia desta forma: em todo o momento, sempre que temos de optar, que sentimos que chegou a "tal" altura de tomar uma decisão, tudo não passa de uma escolha muito simples: deixarmo-nos seguir pela corrente (deixar que a Vida nos leve) ou pegarmos nos remos e no leme e traçarmos um novo rumo.
Claro que o truque está em tomar a decisão acertada. Se pegarmos nos remos e no leme num momento em que nos deveríamos deixar seguir pela corrente, então estamos a ser precipitados; se nos deixarmos ficar refastelados a ver para onde vamos quando deveríamos tomar as rédeas da situação, então acabamos por perder a oportunidade. E essa oportunidade pode nunca mais surgir...
Neste momento, tenho uma decisão a tomar sobre um assunto muito importante (e muito belo também) na minha Vida. E, até agora, tenho sabido usar uma das grandes lições que aprendi no livro "A princesa que acreditava em contos de fadas" que já referi aqui: esperar e ter paciência. A Vida tem-me recompensado ultimamente sempre nos momentos em que me deixo levar pela corrente e nos outros momentos em que tomo os remos e mudo o curso do meu barquinho. Acredito e sinto que vou conseguir o que quero... porque confio na Vida!
A verdade é que nunca seremos capazes de acertar a 100% na tomada de decisão. Ao envelhecermos, ao ganharmos experiência depois de tantas tomadas de decisão erradas ao longo da Vida, acabamos por aumentar a "taxa de eficácia" mas continuaremos a errar. E isso é excelente. É sinal de que somos imperfeitos e ainda temos muito para aprender, para amadurecer, para crescer... E a perfeição só se alcança com a Morte. E aí já estamos todos garantidos. Um dia, o nosso barquinho ser-nos-á retirado e será atribuído a outro Ser que tenha sido agraciado com a bênção da Vida e nós estaremos noutro plano superior... Mas, sobre isto, escreverei noutra altura.
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