O apagão e o novo Mantorras

Ontem foi um dia interessante. Um final de tarde perfeito em que me consegui despachar da Link a horas para ir ao IST buscar software que preciso para a minha tese para descobrir que a sala dos portáteis do pavilhão de Informática I não tem ainda as ligações de rede activas e que os tipos do CIIST acabaram com a VPN; agora é tudo 802.1x. A coisa gira é que a minha placa wireless da Linksys atrofia-se com aquela parte do "use Windows to configure my wireless network settings". Conclusão: vim a carregar com quase 4 quilos (entenda-se, laptop) para o boneco. Isto para não referir que estive quase meia-hora à espera que limpassem a dita sala...
Quando chego ao meu território, andando feliz e contente pela rua, vejo as luzes irem ao ar. Até aqui tudo bem não fosse o problema de isto ter durado 3 horas!! Tomar banho às escuras é uma experiência completamente inovadora...

Hoje de manhã reparei que um jornal apelida o Fredy Adu de "o novo Mantorras". Se eu fosse estes tipos, não falava antes de tempo. O Mantorras também era para ser "o novo Eusébio" e fui o que se viu (e ainda se vê). Mas pelo menos, um mérito tem de ser reconhecido ao Camacho: pôs o Benfica a lutar até ao fim, coisa que não fazia dantes, mesmo que tivesse todas as condições para tal. Verdade seja dita que o plantel encarnado é fraco, ao contrário do que o papagaio do presidente anda a dizer em voz alta, mas ao se conseguir mudar a mentalidade, já se consegue algo de importante. Agora, é arranjar ovos de galinha para fazer as omoletas porque só com ovos de codorniz não se vai lá...

Como te sentirias?

Imagina que, num dia como outro qualquer, em que vais caminhando pela rua, descontraidamente e sem pressas, encontras um cachorrinho abandonado. Ele está encolhido, desconfortável num canto e cheio de medo das pessoas. Observando de mais perto, constatas que ele foi maltratado; daí o medo dele. Cheio de pena, levas-lo para casa, limpas-lo, dás-lhe de comer e entras em contacto com uma instituição que cuida de animais abandonados para o acolherem. No entanto, crias uma afeição pelo animal. De tal modo que sentes algo dentro de ti que te leva a preocupares-te com ele, a ires visitá-lo frequentemente, levando-lhe comida e atenção. E ele recompensa-te de tal modo que reage melhor à tua presença do que à das pessoas da instituição. E então, pensas: "Vou adoptá-lo e levá-lo para casa e dar-lhe tudo o que ele merece." E sais dali decidido. Arrumas a tua casa de modo a que ele se sinta confortável, num espaço só para ele. Informas-te sobre o que fazer para legalizar a posse do cachorrinho e dás a conhecer às pessoas da instituição da tua firme intenção de o adoptar, sendo elogiado por isso. Afinal de contas, adoptar um animal abandonado é um acto nobre. E, no dia em que vais buscá-lo, não o encontras. Informam-te que outra pessoa o levou. Perguntas quem foi. Pelo nome, percebes que é uma pessoa que também ía lá olhar pelos animais e que esperou o cachorrinho estar em melhores condições para ficar com ele.
Alguém se aproveitou do teu trabalho. Alguém se aproveitou da tua paciência. Alguém se aproveitou do teu tempo. Alguém se aproveitou do carinho, afeição e amor que dispensaste. Resumindo, estiveste a preparar terreno e alguém aproveitou-se do teu esforço para seu benefício.

Quanta frustração é que sentirias?
Quanta raiva terias acumulada?
Quanto ódio terias a inundar o teu coração?
E quanta seria a tua vontade de te vingares?


P.S. Caso não esteja perceptível, o "cachorrinho" é apenas uma metáfora; a situação real é sobre outra coisa.


"The Merchant of Venice" - 3º acto, 1ª cena

Makukula

Numa altura em que parece haver uma míngua de avançados em Portugal, o Scolari lembrou-se de ir buscar este luso-congolês ao Marítimo. E logo no jogo de estreia, marca um golo. Tal como tinha sucedido com o Deco há 4 anos atrás. Já viram a sorte do Makukula?

Administração Pública em Portugal

Na 3ª feira tive de tratar de alguma papelada. Pediram-me para obter um extracto dos descontos para a Segurança Social e mais um comprovativo do centro de emprego da minha área de residência. Andam estes gajos dos sindicatos a dizer que merecem aumentos, andam a perder regalias, são maltratados e prestam serviços de merda! Então é possível que eu, para obter um documento que demora um minuto a ser tratado, tenha ficado 4 horas (!!!) à espera para ser atendido na Segurança Social?! É que o problema nem é o número de pessoas para serem atendidas mas sim o número de pessoas que estavam a atender; muito poucas...

Viagem

Quando se faz uma viagem, seja de comboio, automóvel ou autoc(h)arro, há muitas formas de passar o tempo, especialmente se a viagem for longa e isso implicar muito tempo de seca!
Ontem, como é normal, fiz a tradicional viagem de volta do fim-de-semana passado lá em cima. Duas horas de carro desde o interior do país até casa. Agora com auto-estradas e vias-rápidas, é sempre a andar. Como queimei o tempo desta viagem? Simples... contei o número de viadutos na A1 entre Torres Novas e Lisboa. Quarenta e oito no total. Há quem tenha coisas mais interessantes com que se entreter, não há?

"Não faças planos para a vida, que podes estragar os planos que a vida tem para ti"

Agostinho da Silva
"Citação pessoal"