domingo, novembro 28, 2010

Os Pilares da Existência (IV)

Seria possível desfrutar de todas as recompensas que a Vida nos proporciona sem uma Existência plena em Felicidade? Esta é uma questão interessante que me leva a reflecter sobre todos aqueles que não se consideram felizes, seja por que motivos for. E é verdade; afinal de contas, se a Felicidade não inunda os nossos corações, como seremos capazes de amar e aceitar tudo o que nos é oferecido diaramente?
Durante muitos anos (demasiados...) da minha Vida acreditei piamente que a minha Felicidade apenas seria possível se eu tivesse algo em meu poder. Em que grande armadilha me fui envolver e condicionar as minhas acções... A Felicidade depende apenas de nós próprios e provém exclusivamente do nosso interior, com tudo de bom e de mau que aí tivermos pois é esse equilíbrio que faz de nós aquilo que somos perante nós próprios e perante os outros. Nós somos a fonte e alimento da nossa Felicidade. Que nunca deixemos de acreditar em nós próprios e nas nossas capacidades! O sonho comanda a Vida...

quinta-feira, novembro 25, 2010

Os Pilares da Existência (III)

Quando comprei o livro "A Princesa que acreditava em contos de fadas", não foi por acaso que o fiz e o comecei a ler na última semana de Agosto. Poucos dias antes tinha ocorrido o "clic" que iniciou o processo de descobertas e a minha transformação pessoal.
A personagem central deste livro - a Princesa, de seu nome Vitória - cedo sente que várias coisas não estão a fazer sentido na sua vida e decide ir procurar respostas para as questões que a atormentam e bloqueiam o seu caminho. A receita que lhe é oferecida é muito simples e tremendamente eficaz: tomar Verdade, todos os dias, o mais que puder.
Há algo mais libertador do que a verdade? Tomar a consciência de tudo o que é, independentemente do porquê de ser, independentemente de ser bom ou mau, obriga-nos a aceitar tudo o que nos rodeia e conduz esta necessária integração em nós próprios.
Por vezes, a nossa sombra tenta esconder a verdade usando a mentira ou, simplesmente, a ocultação. Ser capaz de encarar a sombra como parte integrante de nós próprios para, a partir daí, deixar entrar a luz, faz com que a Verdade venha ao de cima, como se de uma gota de azeite se tratasse dentro de um copo de água.
Todos os dias eu "tomo" a verdade e deixo-a fazer o seu efeito dentro de mim. E ela faz-me uma pessoa melhor do que eu era ontem.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Os Pilares da Existência (II)


Não podemos existir sem um sentimento forte que nos preencha o coração e funcione como o "combustível" que impulsiona o nosso relacionamento com o próximo. E quantos sentimentos possuem tamanha força e capacidade para nos guiar desta forma? Eu apenas encontro dois, ao mesmo tempo opostos e necessários para o equilíbrio que se pretende: Amor e Ódio.
Estes dois sentimentos existem dentro de cada um de nós mas apenas um deles é predominante sobre o outro, levando a que nos comportemos como alguém bom ou como alguém mau.
Todos os que me rodeiam identificam-me como um homem bom e eu sinto, todos os dias, o Amor por mim próprio e por todos os que fazem parte da minha Vida a guiar-me no meu Caminho. Sem dúvida, o Amor é o sentimento mais maravilhoso e poderoso, mais fantástico e surpreendente, mais cativante e arrebatador que podemos desfrutar.
Eu orgulho-me de sentir Amor e saborear todos os instantes em que ele está presente a alimentar e cuidar do meu espírito. Era tão bom se fosse assim com todos os Seres Humanos deste nosso planeta Terra...

sexta-feira, novembro 19, 2010

Os Pilares da Existência (I)

Começando hoje, vou apresentar aqueles que são, para mim, os pilares que sustentam a minha existência como Ser. Aceitando que isto não se trata de uma verdade absoluta, creio que possa ser alterado com a adição de outros elementos no futuro, se sentir que fazem sentido passar a fazer parte deste modelo.
Considero oito pilares na base da minha existência. O primeiro deles é a Vida.
A maior dádiva que me foi oferecida até hoje é, sem dúvida, a minha Vida. Este tesouro maravilhoso é a base de todas as outras dádivas que tenho recebido e o motivo principal da minha própria existência. Orgulho-me de, todos os dias, aproveitar ao máximo tudo o que me é oferecido e aprender, um bocadinho mais, todos os dias!

quarta-feira, novembro 17, 2010

Imperfeição e Felicidade

Tentar ser perfeito é tentar alcançar o impossível. O Ser Humano é, por definição de tudo o que há na Vida, imperfeito em todo o seu esplendor. Deste modo é capaz de aprender através da experimentação e do erro, de evoluir para um estado superior de conhecimento e maturidade, de ao conviver e viver com todos o que lhe rodeiam, se tornar melhor por dentro e por fora. A perfeição só é alcançada no momento da Morte pois nesse momento todos os Seres Humanos atingiram o expoente máximo de aprendizagem.
Reconhecer este facto é o primeiro passo para se ser Feliz. O que é uma pessoa Feliz? Não é aquela que tem muito dinheiro, muitos amigos, um relógio e um carro caro, uma casa de luxo ou roupas de marca. É sim aquela que se aceita como é, com as suas coisas boas e as más num todo, que se integra sem excluir nada e, como tal, se ama de forma incondicional sentindo-se livre pois o desapego por tudo o que está à sua volta é total. É aquela que reconhece que tudo o que precisa para alimentar a sua Felicidade se encontra dentro de si e não cá fora.

Abençoados todos aqueles que se sentem verdadeiramente felizes pois têm uma fonte inesgotável de Luz dentro dos seus corações a iluminar o seu Caminho.

terça-feira, novembro 16, 2010

O Barquinho

Desde Agosto, quando senti o "Clique" dentro de mim, que tudo mudou na forma de encarar a mim a todos os que me rodeiam, incluindo este maravilhoso universo onde todos pertencemos chamado Vida, ganhei a consciência de como a existência de cada um de nós pode ser comparada como um barco que circula num rio. Nesse rio que é a Vida, todos viajamos no nosso barquinho e estamos dentro dele enquanto o nosso coração bater e o ar encher os nossos pulmões. Como qualquer rio, também este possui uma corrente própria que arrasta os barquinhos ao longo do seu percurso. No entanto, como qualquer remador que se preze, nós também temos a capacidade de direccionar e mudar a velocidade do barquinho, usando para isso o par de remos e o leme que vêm "incluídos".
Eu vejo o nosso dia-a-dia desta forma: em todo o momento, sempre que temos de optar, que sentimos que chegou a "tal" altura de tomar uma decisão, tudo não passa de uma escolha muito simples: deixarmo-nos seguir pela corrente (deixar que a Vida nos leve) ou pegarmos nos remos e no leme e traçarmos um novo rumo.
Claro que o truque está em tomar a decisão acertada. Se pegarmos nos remos e no leme num momento em que nos deveríamos deixar seguir pela corrente, então estamos a ser precipitados; se nos deixarmos ficar refastelados a ver para onde vamos quando deveríamos tomar as rédeas da situação, então acabamos por perder a oportunidade. E essa oportunidade pode nunca mais surgir...
Neste momento, tenho uma decisão a tomar sobre um assunto muito importante (e muito belo também) na minha Vida. E, até agora, tenho sabido usar uma das grandes lições que aprendi no livro "A princesa que acreditava em contos de fadas" que já referi aqui: esperar e ter paciência. A Vida tem-me recompensado ultimamente sempre nos momentos em que me deixo levar pela corrente e nos outros momentos em que tomo os remos e mudo o curso do meu barquinho. Acredito e sinto que vou conseguir o que quero... porque confio na Vida!
A verdade é que nunca seremos capazes de acertar a 100% na tomada de decisão. Ao envelhecermos, ao ganharmos experiência depois de tantas tomadas de decisão erradas ao longo da Vida, acabamos por aumentar a "taxa de eficácia" mas continuaremos a errar. E isso é excelente. É sinal de que somos imperfeitos e ainda temos muito para aprender, para amadurecer, para crescer... E a perfeição só se alcança com a Morte. E aí já estamos todos garantidos. Um dia, o nosso barquinho ser-nos-á retirado e será atribuído a outro Ser que tenha sido agraciado com a bênção da Vida e nós estaremos noutro plano superior... Mas, sobre isto, escreverei noutra altura.

domingo, novembro 07, 2010

Imperfeição e Luz

O Ser Humano é imperfeito. Por muito que os arrogantes e os presunçosos se tentem convencer do contrário, a imperfeição é a nossa imagem de marca desde que nascemos até ao dia da nossa morte. Só nesse momento, independentemente da forma como escolhemos viver, é que alcançamos a perfeição. Até lá, somos um poço de imperfeições que não são mais do que o resultado de todas as lacunas que não foram preenchidas enquanto nos desenvolvíamos na barriga da mãe. Daí que tenhamos certas qualidades (ou defeitos, dependendo da perspectiva) que se diz que são características natas, porque já nasceram connosco, e hajam outras que temos de trabalhar para adquirir.
Encontrar as nossas lacunas não é fácil. A minha experiência diz-me que identificar na nossa escuridão as coisas que nos faltam e cuja ausência limita e influencia o curso do nosso dia-a-dia é um trabalho muito duro, penoso e custoso. Vasculhar os recantos do nosso Ser ainda não alcançados pela Luz faz-nos identificar todas as situações da Vida em que as nossas lacunas influenciaram negativamente os nossos gestos para com nós próprios e com os outros. Mas este é um trabalho do qual não devemos ter medo! Conhecer o nosso interior, conhecer o que nos falta, descobrir aquilo de que precisamos é um acto de coragem e de amor próprio para o qual o receio de investir a fundo deve ser posto de lado e encarado com grande optimismo e preserverança.
No entanto, que as lacunas de cada um não sejam usadas como desculpa para não amar os outros. A Luz iluminará o interior ao seu próprio ritmo e à medida que cada um se sinta preparado para a receber...
Em Agosto fui capaz de indentificar uma mais maiores lacunas que me limitou gravemente nos últimos 10/12 anos da minha vida. Sobre isso, escreverei noutro dia.


"No amor aos outros encontras a alegria da Vida"

Provérbio Hindu

quarta-feira, novembro 03, 2010

Lutar

Ontem, enquanto estava no ginásio para mais uma sessão de cardio-fitness, tive a oportunidade de assistir pela televisão a mais um jogo do meu Benfica. O andamento do resultado levou-me uma pequena reflexão sobre a atitude que devemos ter quando queremos algo.
O Benfica apanhou-se a vencer por uma diferença de 4 golos a 15 minutos do final da partida e, tendo esta confortável vantagem sobre o adversário, desconcentrou-se, facilitou e permitiu-se sofrer 3 golos. Felizmente, não colocou em causa a vitória no jogo pois a vantagem foi suficiente. Mas ficou a sensação que, se o jogo durasse mais tempo, o adversário poderia ter completado a reviravolta no marcador...
A atitude da equipa do Benfica pode ser dividida em duas partes distintas: a primeira, em que entrou em campo com humildade e vontade de lutar pela vitória; a segunda com a presunção de que "o jogo já estava ganho" e a arrogância de que o adversário estava inevitavelmente derrotado.

Uma pessoa muito importante para mim ensinou-me um dia que, se queremos uma coisa então lutamos por ela. E, como na Vida, apenas é impossível evitar a morte, aquilo pelo qual queremos lutar é possível desde que tenhamos a coragem para seguir o nosso Coração. Quando vamos à procura do que queremos, temos de saber lutar por isso. Saber lutar implica ter a humildade de aceitar que a derrota pode ter lugar ou que a vitória pode ser o resultado final.
Entrar na luta pensando que "já está tudo perdido" é um erro. Não se deve sofrer por antecipação pois nenhuma derrota está escrita à partida. Pensando assim, então é certo que a derrota estará à espera e será a confirmação do nosso falhanço, a confirmação de que não prestamos e não somos dignos do que procuramos. O mesmo se aplica à sensação de que "está no papo, não vale a pena esforçar-me"; se assim fosse, Golias teria aniquilado o David e não o contrário. Iniciar uma luta julgando que a vitória é garantida constitui o caminho para a derrota certa.

Saber lutar é olhar para dentro de nós, amar o que somos e temos para oferecer a nós próprios e aos outros e, a partir daí, dar os passos necessários para alcançar os nossos objectivos. É fundamental não cair no erro de imaginar cenários sobre o que poderá eventualmente acontecer pois isso irá pré-condicionar a nossa acção e limitar a capacidade de reagir livremente aos estímulos que nos estão a ser apresentados. Limpar o espírito e a mente, ser sincero (connosco e com o próximo), encarar o desafio com honestidade, humildade e preserverança e, mais importante que tudo, acreditar que somos capazes de alcançar os objectivos a que nos propomos, deixa-nos prontos para lutar pelo que queremos: os nossos sonhos.

A lição mais importante que se aprende nas diversas "lutas" que vamos tendo ao longo da Vida é saber esperar e ter paciência. Agir antes do tempo, quase sempre leva a acções desproporcionadas e mal pensadas, com a ilusão de que é a opção correcta. Quando assim é, os resultados são desastrosos e o objectivo fica mais longe, se não mesmo inalcançável. Da mesma forma, deixar andar o tempo pode provocar a perda da oportunidade e obrigar a "correr atrás do prejuízo". Estar atento aos sinais, esperar pelo momento certo para agir e ter uma atitude paciente são os passos preparatórios que devemos estar conscientes na procura dos objectivos. Quando assim é, a Vida recompensa-nos sempre...

No passado fim-de-semana comecei a ler "As 3 Perguntas" de Jorge Bucay. Até agora, tem-me oferecido grandes lições...